quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Vou de férias

vou-fazer-me a terra, terras d'àfrica, já ali Marrocos, uns dez dias.
adeus até ao meu regresso


Está tudo programadinho, deixo o melhor para o fim, uma semanita de “farniente”, que é como quem diz, uma cancêra:

8:30 Pequeno almoço – ovos bacon wurtz-qualquer coisa sumo de laranja natural, café com leite, pão fiambre manteiga, café cruzsanta e fico-me por aqui para manter a linha.
9:00 - Lições do que não digo pois pode parecer mal a um tipo com pretensões de qualquer coisa de esquerda (democrática).
11:30/12:00 – Banhoca na piscina, abanar o cú ao som de Schumaker vruum, vrumm, mirada para as GMs: esta não celulite a mais, aquela livra! fala demais, aquela ía mas é demasiado chavalita, é tudo demais! Que s’a lixe logo vejo o que se arranja.
13:00 – Almoço, uma merda, três voltas às mesas troca de pratos sujos para provar mais isto e aquilo, contenho-me um pouco para manter a linha.
14:00 – hobby Convenço o GO que nem almocei, amonto-me num e faço-m’ao mar, dou uma ratada num francês que tem a mania qu’é bom e bom há só um: Eu e mais nenhum, né?
15:30 – Lições, vou de novo para aquilo que vos não digo, no caminho concentro-me no que é importante: a pega, o calcanhar, não flectir perna nem braço, rodar o tronco, não tirar os olhos da bola, folow-thru, etc…
18:00 – Piscina de cima, costuma parar por lá uma bifa bemfeitota, não nada, só lê, hei-de mandar uma carpa ou um anjo cagaja logo até s’agacha.
18:30 – Quarto banho, 20 minutos de cama em pelota, TVnews, calcita de linho e camisita de seda negligé, mont-blanc (pouquinho que não sou como labrego do espanhol)
19:30 – Bar cuba-libre ou gin-tónico, alcagoitas, papos páli sorriso pácolá, encolho um pouco a barriguita cagaja até t’á olhar.
20:00 – Jantar, escolha estratégica de mesa guardanapo atravessado para o galifão do italiano saber como é, marcado o lugar, umas entraditas p’ábrir, o pêxito até tem boa cara, a carnita tem que ser pa nunca faltar a tesão, conversa à esquerda e à drêta, puxar d’assunto que… vocês imaginam a táctica, né?
21:30 – Bar de noveau, café uma aguardentita, espera-se pelo espectáculo, insinuo-me aqui e mais ali, estás aqui estás lá querida, poisa poisa que já vês, nã tenho pressa.
22:00 – Especáculo. Já vi melhor mas nã foi mau, cá pa mim a bailarina atá olhou duas vezes có pó meu lado.
23:30 – Está na hora de dar às ancas: Schumaker vruum,-vruum, caralho, cadê tangos, pasos dobles, valsas, et je.t’aimes.móis.non.plus?
01:15 – Gajas! cambada de fufas, pata-cas-lambeu que só gostam de yé-yé. Vou-me mas é deitar camanhã tenho golf logo às.9:00



***
Uma semana depois, em casa, casa de banho, ao entrar pá banheira:
Parece que estou mais gordo e não comi nada, nadinha, nem uma.


Foda-se!



PS- Se pensam que é assim, enganam-se é bem pior.

domingo, 26 de agosto de 2007

36 linhas - II

d'aqui
-O dedo?
-Nã tenha medo.
-Olh’a esperteza
-Vej’á dureza
-Querem lá ver!
-Vejo, vejo tremer.
-Purinha indignação!
-Ou purinha paixão…
-Malandreco…
-Chegue-se perto.
-Cá por mim…
-Vá lá… assim.
-Ai a cantiga…
-Não é minha amiga?
-Amiga sou.
-Ah! Melhorou…
-Meu estuporzinho…
-Rancorzinho?
-Nã, rancori.
-É mas’é amor.
-Pois veremos.
-Comadri… avinguemos.
-Mas o quê?
-Mas… você!
-Ensadeceu…
-…Mais eu.
-Ora! O que sabe?
-O compadre…
-O meu Zé Maria?
-E aminha Bia…
-Oh! Pode lá ser!
-Andam-se a entreter.
-Ah! Ele é isso?
-Juro, sob compromisso.
-Compadri, avinguêmos.
-Com o que temos.


Picasso, O Beijo

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

36 linhas

Picasso, Old man
-Olá compadri.
-Olá comadri.
-Como vaí?
-Ãh
-Vai mali!
-Nã.
-Atão… vai bêm!
-Nã tambêm.
-Heim!
-Nêm bem… nêm Mali…
-Hiii! Podi lá sêri.
-Mas pois’éi.
-Encismado?
-Nêm por isso.
-Vá lá! Coitado.
-Bêm, o chouriço…
-Qu’é isso?
-Atormenta-mi…
-Nã percebo!
-Vai um aconchego?
-Ai Jasus!
-Foi o que supus.
-Credo!
-Faz-se luz?
-Esteja quedo.
-Um safanão?
-Já vi…
-...que não.
-Oh! Toleirão.
-Fico quedo?
-Faça com’ó Semedo.
-Com’então?
-Compadri… use a mão.
-E vocemecê o dedo.

Conclusão: Haja mão e dedo
E ninguém tenha medo.






Terra a terra

Problemas técnicos forçam-me a uma paragem. Uma fuck'n guia de valvula, retorcida. Volto a casa e tropeço no tempo, no tempo que não dá para nada, nem para pôr as contas em dia.
Lá, de doze horas em doze e picos a água some-se. Os cientologistas lá saberão porquê. Eu só olhava e via à minha volta.

Quem vai para o mar avia-se em terra, e os prós sabem-no;
melhor do que ninguém,
os contras:
rondam com o vento, encostam a barriga ao chão, às vezes, muitas, ao balcão;
há-os que elegeram um pouco de areia e de mar como sua pátria,não querem saber de informações de transito ou de remodelações governamentais, quando as há.

Em breve voltarei por uns dias às preocupações de ventos e marés e suas amplitudes, para fingir sonhar que sou feliz. Depois, qualquer dia... Moroco.
Talvez eu conte as contradições, qualquer dia... qualquer dia.
Até lá vou deixando algumas impressões digitais.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

SOLdaduras

Os dias podiam ser iguais,
mas como as horas,
e até os minutos,
não são.
é demais!

O que fiz eu para merecer isto?

***
mais uma vez no balanço de yó-yó passo para deixar algumas impressões e lá me vou, coitado, eu.

domingo, 5 de agosto de 2007

a preguiça doi-me de prazer

o mundo mágicoda funtasia feito de pequenos nadas,
labuta à conquilha
"ameaças"

e promessas

***

feito yó-yó, ariba e abajo, vou deixando aqui as conchas onde tropeço

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

parafraseando

O tempo ruge renovo o prazer de atolar os pése desatolar a cabeça pois não há nó que não se desfaça
Um pouco mais de azul e tudo seria perfeito

porque busco o que tarda em chegar

***

foi o tempo de descarregar uns apontamentos, de resto uma espreitadela ao meu ciber-amor e cá vou eu de novo

até já